domingo, 29 de julho de 2012

Para crianças: O ninho do joão-de-pau

–Pai! Pai! – O que foi? – perguntou o pai, surpreendido com a algazarra do filho.
O vizinho tá cortando a árvore com o ninho do joão-de-pau ! – exclamou o filho esbaforido.
O filho adorava aves, árvores e florestas e estava chateado com que o vizinho estava fazendo. O pai ouve o som cortante do machado:
–Uh! Vamos lá ver.
Juntos seguem, para onde o vizinho machadava a  árvore. O ninho de pequenos gravetos entrelaçados oscilava sem cair. Os dois apenas olham. Por fim a árvore tomba opulenta e esparrama seus galhos pelo chão. Pobre árvore. Pensou consigo o pai.
–Ô vizinho! – chamou o pai.
–Opa! – respondeu o vizinho, ofegante.
–Tá cortando a árvore,?
–É, tá atrapalhando a casa.
– Ah! – exclamou o pai,  sem querer esticar a conversa.
Ali naquela região os moradores tinham o hábito de cortar tudo o que crescia em volta das casas. Cada um tinha o seu motivo:  cobras ,  sujeira,  ladrão...
–Você pode dar o ninho que caiu junto com a árvore? Meu filho gostaria de olhar de perto – pediu o pai.
Ninho de joão-graveto (Phacellodomus rufifrons). Foto: M. Eiterer– Claro! – respondeu o vizinho, indo em direção ao ninho intacto, mesmo com a queda. Ele quebra o galho, pois o ninho continua preso e o emprega ao pai.
– Obrigado, vizinho! Até mais!
– De nada! Até!
Pai e filho voltam em direção a casa com o ninho.
– Pai o que vamos fazer com o ninho?
–Vamos dar uma olhada nele – respondeu o pai.
Eles examinam o ninho. Não havia ovos nas câmaras.
Vamos colocar o ninho num galho de uma das nossas árvores e ver o que acontece. Muitas aves não retornam ao ninho depois que foram mexidos. Pode ser que ele não volte.
João-de-pau (Phacellodomus rufifrons)f. Foto: M. Eiterer.
Eles prendem o ninho em um galho de outra árvore. Os dias passam e nada acontece. Um certo dia lá estava ele  de volta. O João-de-pau voltou e estava desmanchando  o ninho antigo e montando um novo, usando os mesmo gravetos. Enquanto desmanchava o ninho velho o pai e o filho conseguiram ver as câmeras forradas com penas, onde eram chocados os ovos. Alguns dias depois o novo ninho estava pronto. Agora o ninho estava seguro em uma árvore que nunca seria derrubada.
M.Eiterer
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segunda-feira, 16 de julho de 2012

Para crianças: O banho de terra

Um jardim sarapintado emoldura a pequena casa azul. Ela é circundada por uma grande varanda sustentada por cinco pilares, ornados com clerodendro vermelho. Brinquedos estão espalhados sobre o  piso carmesim bem limpinho. No meio deles brinca uma menininha sentada  com as pernas esticadas. Numa cadeira bem ao lado, a mãe cirze uma velha camisa  :
— Mamãe! —  chama a filha baixinho.
— O quê é, querida? — pergunta a mãe.
— Tem um passarinho rolando na terra do seu vaso.
— Ah! É uma corruíra. Ela está tomando banho — diz a mãe, olhando rapidamente o passarinho e voltando os olhos para a  costura.
A menina pensa consigo: Banho de terra! Doidice da mamãe. Banho só pode ser de água. Terra suja, não limpa. Eu não vou tomar banho de terra. Quando brinco na terra fico toda suja, mamãe fica uma fera.  Porque ele vai tomar banho de terra? Pra ficar sujo?Mamãe tem hora que fala umas esquisitices:
—Tem certeza mamãe? Ele tá mesmo tomando banho? É esquisito tomar banho de terra.
— É! Algumas aves tomam banho de terra. As galinhas tomam banho de terra. Hum…não estou lembrando de outra.
— Por que ele precisa tomar banho de terra, mamãe?
— Bem...parece que isso ajuda a tirar alguns bichinhos que ficam nas  penas.  Alguns só tomam banho de terra, outros tomam só tomam de água e ainda aqueles que tomam banho de terra e de água
— E, eles conseguem tirar os bichinhos?
—Bem…até onde eu sei…parece que sim.
A filha continua a  fitar o passarinho no seu banho de terra. De repente ele para. Levanta. Dá uma sacudida. Ajeita as penas. E sai voando. A menina acompanha tudo até ele desaparecer.  E volta aos seus brinquedos. Lá na casa azul.

M.Eiterer

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