sábado, 18 de outubro de 2014

Mostra virtual: Descobrindo nossas aves

I CONCURSO DE ARTE AVOA

'Descobrindo nossas aves'

Obras selecionadas

Passarinho cantador
 'Passarinho cantador'
 Guilherme Macedo Soares, 4 anos
Individual
 Tiê-sangue
(Ramphocelus bresilius )
ESPÉCIE AMEAÇADA DE EXTINÇÃO

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terça-feira, 14 de outubro de 2014

Pesquisando o observador de aves

observadors de aves: Foto: Vitor Herdy
Prezado observador de aves,

A área de Gestão Ambiental da Universidade de São Paulo está realizando uma pesquisa com o objetivo de conhecer melhor o perfil do observador de aves brasileiro e avaliar se a atividade de observação de aves pode auxiliar no financiamento das unidades de conservação no Brasil.

Acreditamos que as informações poderão contribuir para a gestão das unidades de conservação do país, e também na identificação de ações de fomento à atividade de observação de aves.

Sua participação será essencial e valiosa.

Atenciosamente,
Gabriela Booth, discente responsável
Profa. Dra. Carla Morsello, docente responsável
Gestão Ambiental - EACH, Universidade de São Paulo

 Acesse aqui o formulário da pesquisa
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sexta-feira, 11 de julho de 2014

Descobrindo nossas Aves






CONCURSO DE ARTE
DESCOBRINDO NOSSAS AVES
1º Edição

A Associação Viçosense de Observadores de Aves (AVOA) convida todas as escolas de Viçosa -MG a participarem do seu primeiro concurso artístico 'Descobrindo nossas aves' que será realizado em 2014 para crianças e jovens de Viçosa entre 04 e 18 anos.
No mundo existem por volta de 10.000 espécies de aves. O Brasil é o terceiro país no mundo, em número de espécies com 1.901 espécies aves. Contudo, o Brasil amarga o primeiro lugar com o maior número de espécies de aves ameaçadas de extinção com 123 espécies. Infelizmente, 10% de todas as espécies de aves globalmente ameaçadas estão no Brasil e muitas correm risco de extinção eminente. Em Minas Gerais ocorrem 785 espécies de aves. Contudo, do total de espécies encontradas em Minas Gerais, 64 estão globalmente ameaçadas, 41 fazem parte da lista de espécies ameaçadas do Brasil e 83 fazem parte da lista de espécies ameaçadas do Estado. Em Viçosa já foram avistadas 364 espécies de aves de 1983 a 2014. Sendo que, do total de espécies avistadas em Viçosa 27 espécies estão ameaçadas de extinção em Minas Gerais, 7 no Brasil e 20 globalmente. Em Viçosa já foram extintas nas últimas décadas 32 espécies de aves e 63 estão ameaçadas de extinção local. Desmatamento, caça e tráfico de animais são as principais causas de extinção das aves em Viçosa.
Para mudarmos esse panorama, é preciso conscientizar nossas crianças e jovens sobre a existência dessa rica biodiversidade e dos problemas relacionados à mesma.
O objetivo nessa primeira edição do concurso é que nossas crianças e jovens descubram que nosso município é rico em espécies de aves, com lindas cores, cantos maravilhosos e surpreendentes, que prestam serviços ecossistêmicos importantes como controlar populações de insetos, dispersar sementes, polinizar flores entre outros. E, que elas precisam ser protegidas.
Professor(a) - Instituição: Realize uma pesquisa com seus alunos sobre o tema, tendo como objetivo conhecer as aves que ocorrem na nossa região. Na internet existem sites que são depositários de fotos e sons de aves, Viçosa tem observadores de aves que depositam nestes sites fotos e sons gravados registrados em Viçosa. Recomendamos: Wikiaves <www.wikiaves.com.br>, Xenocanto< www.xecanto.com>, o blog Aves de Viçosa (http://avesdevicosa.blogspot.com.br>.Visitem o Museu de Zoologia da Universidade Federal de Viçosa e consultem a polícia ambiental sobre as espécies de aves traficadas no município. Leia o regulamento do concurso.
INSCREVA SUA ESCOLA!
REGULAMENTO
I ELABORAÇÃO DOS TRABALHOS
1. Só serão aceitos trabalhos de escolas de Viçosa-MG. Não serão aceitos trabalhos realizados e enviados individualmente;
2. O participante deverá escolher uma espécie nativa de Viçosa para ser trabalhada. O nome vulgar e científico da espécie deve constar no trabalho. Não serão aceitas aves que não são nativas da região e nem exóticas. Os participantes poderão usar como tema aves já extintas. Não serão aceitos trabalhos que estimulem a caça, o desmatamento, o engaiolamento ou qualquer outra forma de maus-tratos as aves;
3. Envie apenas 01 (um) trabalho por participante com idade entre 04 e 18 anos;
4. Técnica: Livre - desenho, pintura, sucata, mosaico, dobradura, aquarela, criações no computador etc. Não serão aceitas esculturas ou maquetes;
5. MUITO IMPORTANTE: Utilize para o trabalho papel no tamanho A4 (± 21 x 30 cm ). Depois de pronto cole o trabalho numa base de papel-cartão (ou similar) colorido de tamanho 30 X 40 cm (VER ANEXO I);
6. Na parte de trás da base de papel-cartão, escreva em letra de forma/imprensa o título do trabalho (MUITO IMPORTANTE. NÃO DEIXE DE DAR UM TÍTULO), nome popular da espécie escolhida e científico, nome completo do autor (NÃO ABREVIAR), idade, nome do professor responsável, nome da instituição, endereço e e-mail da instituição;
7. Cada escola poderá enviar até 30 trabalhos;
8. MUITO IMPORTANTE: A instituição deverá juntar uma lista com todos os títulos dos trabalhos, nomes completos dos autores (O certificado será feito com o nome colado nesta lista) e idades e também o nome completo da escola (NÃO ESQUEÇA DE FAZER E ANEXAR ESSA LISTA. VER ANEXO II);
9. Não serão aceitos trabalhos realizados por mais de um participante;
II ENVIO DOS TRABALHOS
1. Os trabalhos deverão ser enviados em envelopes lacrados com o nome da instituição, do professor responsável e a faixa etária;
2. Os trabalhos deverão ser entregas na Secretaria de Educação, Rua Gomes Barbosa, 803, Centro;
3. Data da entrega dos trabalhos – 25-29 de agosto de 2014;
III SELEÇÃO DOS TRABALHOS
Pré-seleção
1. Haverá uma seleção prévia para qualificação dos trabalhos que irão compor a mostra/exposição, que será realizada nos dias 20 e 21 de setembro de 2014 no I Festival das Aves de Viçosa;
2. Os trabalhos serão separados em 4 faixas etárias para seleção e premiação;
3.A seleção será feita por um grupo de professores, biólogos, psicólogos e artistas;
4. A decisão do júri será tomada com base nos seguintes critérios: respeito aos itens do regulamento, adequação ao tema, originalidade e criatividade;
5. A seleção prévia deverá ocorrer em setembro de 2014;

Seleção para premiação
6. Para a mostra no I Festival das Aves de Viçosa, haverá uma nova comissão julgadora, composta por profissionais de várias áreas culturais;
7. A essa comissão caberá escolher, dentre os trabalhos qualificados, aqueles que receberão “menções ouro, prata e bronze” (1º, 2ºe 3º lugares de cada faixa etária) e “menções honrosas” 4º ao 10º lugares);
IV DA PREMIAÇÃO
1. Aos melhores trabalhos de cada faixa etária serão conferidas Medalhas para os 1º, 2º e 3º lugares;
2. Serão conferidos certificados de Menções Honrosas do 4º ao 10º lugares;
3. Aos trabalhos selecionados para a Mostra e não premiados, serão conferidos Certificados de Participação;
4. Aos professores que orientaram os autores dos trabalhos premiados receberão Certificados de Mérito Cultural;
5. A premiação será entregue durante o Festival das Aves de Viçosa nos dias 20 e 21 de setembro de 2014;
V DISPOSIÇÕES FINAIS
1. A aceitação deste regulamento implica no reconhecimento da soberania da decisão das comissões julgadoras, podendo as mesmas, não conferir a premiação. Das decisões não caberão quaisquer tipos de recursos;
2. Todos os autores dos trabalhos concordam, assim como seus responsáveis (pais ou tutores) e respectivas instituições/escolas, por força deste regulamento, em ceder sua imagem e de sua obra em divulgações relacionadas ao evento, sendo garantidos os direitos autorais, mas sem receber qualquer remuneração pelo uso dessas imagens;
3. Os trabalhos não serão devolvidos e poderão ser usados em outras mostras;
4. Dúvidas quanto à interpretação deste regulamento e resolução do mesmo serão dirimidas junto à Comissão Organizadora.
Mais informações
avesdevicosa@hotmail.com
http://avesdevicosa.blogspot.com
smeduca@yahoo.com.br
turismovicosa@vicosa.mg.gov.br
Secretaria de Educação (31) 3892-5706




Modelo
Modelo de apresentação
























Mais informações

avesdevicosa@hotmail.com

http://avesdevicosa.blogspot.com

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Secretaria de Educação (31) 3892-5706



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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Vestígios do início da interação aves e flores


Aves são importantes polinizadores, mesmo os insetos dominando em número e diversidade. Para atrair insetos e vertebrados polinizadores as  angiospermas evoluíram características atrativas, como: forma, cor e néctar. Beija-flores são os polinizadores mais conhecidos. Eles surgiram há 30-34 milhões anos e eram conhecidos como as primeiras aves polinizadoras até agora. Contudo, aves visitantes de flores evoluíram em 3 grupos atuais: os Trochilidae (beija-flores), os Psittaciformes (por exemplo os Loriculus galgulus,  subfamília Loriinae) e os Passeriformes (por exemplo, Cyanerpes cyaneus, saíra-beija-flor). Mas, quando será que começou essa interação entre aves e flores? 
Trichoglossus haematodus, Psittaciformes, tribo Loriinae, visitando flores de Corymbia ficifolia 'Summer Beauty'. Foto: Edward Doddridge, Wikipedia.

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quarta-feira, 14 de maio de 2014

Arte pela liberdade das aves

O 'Movimento Infanto juvenil Crescendo com Arte' realiza há 21 anos atividades artisticas com crianças . Todos os anos eles realizam concursos de arte tanto  nacional quanto internacional. Este ano o tema do concurso internacional é 'Arte pela liberdade das aves do meu país'. 

A maioria das aves possui dotes que maravilham o ser humano: beleza, canto e capacidade de voar. Por isso, muitas são aprisionadas e condenadas a passar toda a vida em espaços minúsculos. Além de ser uma ação cruel contra um animal, essa prática leva a um grande desequilíbrio nos ecossistemas dos quais essas aves são retiradas. Muitas espécies de aves já foram extintas e outras correm o mesmo risco.
 

Essa ação cruel provoca uma prática ilegal: o tráfico de animais silvestres. E só há tráfico porque existem compradores para as aves capturadas no seu habitat. Se ninguém comprar aves para aprisioná-las em gaiolas, não haverá mais tráfico.
 

Mas nem só aquelas que vivem na natureza são privadas de sua liberdade nessas ações agressivas. Muitas aves criadas pelo homem também são privadas de liberdade por ações nem sempre consideradas ilícitas, como, por exemplo, os gansos criados para a produção de foie gras (tipo de patê de fígado), confinados em espaços mínimos e obrigados a comer quantidades superiores à sua capacidade de ingestão para acelerar um crescimento exagerado do fígado; as galinhas poedeiras passam toda a vida dentro de uma espécie de caixa, sem espaço para poder se mover; os gansos confinados para terem suas penas limpíssimas para depois serem arrancadas sem piedade para confecção de travesseiros; as aves de belas plumagens que as têm arrancadas para a confecção de fantasias e artefatos de decoração; os pombos criados em cativeiro para a prática de competições de tiro e de rituais de magia negra; os galos criados isolados em gaiolas e estimulados à agressão para lutarem nas rinhas até a morte e que têm esporas de metal implantadas para ferirem mortalmente o adversário...
 

As aves criadas pelo homem de forma lícita, domiciliadas ou mantidas em cativeiro devem ter o direito a um espaço adequado e a uma boa alimentação e não serem submetidas a sofrimentos e a atos cruéis.

O objetivo do concurso é para que as crianças descubram as aves da sua região, conheçam os problemas relacionados com sua conservação e entendam o que deve ser feito para sua proteção. E, expressem isso com arte. Escolas públicas, privadas, escolas de arte podem participar. Mas, se você é uma mãe ou pai e quer que seu filho ou filha participe individualmente, também pode. Participe! Veja o regulamento:


 Mais informações:
http://artmica.blogspot.com/
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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Dia Mundial das Aves Migratórias


 Dia Mundial das Aves Migratórias

Com o tema " Destinos das rotas migratórias: aves migratórias e turismo ", o Dia Mundial das Aves Migratórias (WMBD) 2014 irá destacar as ligações entre a conservação das aves migratórias, o desenvolvimento da comunidade local e o  turismo de observação da vida selvagem  em todo o mundo.

Todos os anos, mais de um bilhão de turistas cruzam fronteiras internacionais. A conservação dos animais selvagens é importante para o turismo e os movimentos espetaculares das aves migratórias no mundo não são exceção. Bem gerida, as atividades turísticas relacionadas com aves, tais como observação de aves ou fotografia de aves pode servir como base para um relacionamento mutuamente benéfico entre as pessoas e aves migratórias.

Para a campanha de 2014, World Migratory Bird Day fez uma parceria com a Organização Mundial de Turismo  para destacar o projeto 'Destinos das rotas migratórias', que irá desenvolver o turismo sustentável ao longo das principais rotas de aves migratórias do mundo, também conhecido como rotas migratórias.

Ao canalizar as receitas do turismo para conservação dos sítios, o projeto visa salvaguardar habitats das aves, enquanto a criação de oportunidades de trabalho flexíveis para as comunidades locais.
Veja mais no site oficial do World Migratory Bird Day.

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quarta-feira, 26 de março de 2014

III Festival do Papagaio-charão

 

Papagaio-charão

O papagaio-charão (Amazona pretrei) é um dos menores papagaios brasileiros, uma ave típica do sul do Brasil, que ocorre nos estados do Rio Grande do sul e Santa Catarina. A ocorrência do papagaio-charão está intimamente ligada as populaçãoes de araucária (Araucaria angustifolia) do nordeste do Rio Grande do Sul e sudeste de Santa Catarina, pois o pinhão* é um dos seus alimentos preferidos. O estado de conservação do papagaio-charão é considerado vulnerável pela IUCN. O projeto Charão (ver também aqui e aqui) vem monitorando as populações do papagaio-charão de maneira sistemática por 23 anos (1991-2014), o projeto é conduzido pelos Amigos do Meio Ambiente (AMA) de Carazinho/RS e pelo Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (RS).

 

Araucária

A araucária (Araucaria angustifolia) é uma das poucas gimnospermas que ocorrem no Brasil. Suas populações ocorrem no sul e sudeste do Brasil (Rio Grande Do Sul, Santa Catarina,Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio De Janeiro), Argentina e Paraguai. A araucária cobria boa parte da região sul do Brasil, no entanto a exploração da madeira e de suas sementes, o pinhão, reduziram muito sua extensão e consequentemente afetaram as populações do papagaio-charão.Estima-se que a extensão original da floresta de araucárias foi de 200.000 km ² e que tenha diminuído em mais de 97% no último século. O estado de conservação da Araucaria angustifolia é considerado criticamente em perigo pela IUCN. A extinção da araucária colocada em risco a sobrevivência do papagaio-charão, dentre outros animais.

 

Defeso da araucária

Defeso é a paralisação em determinado período da coleta ou caça e comercialização de determinada espécie. O período de defeso da araucária é até 15 de abril, até essa data fica proibida a coleta e comercialização do pinhão. A Araucaria angustifolia é protegida pela portaria normativa DC 20, de 27 de setembro de 1976. A Portaria continua em vigor e não existe qualquer alteração em seu texto. Assim, a penalidade ali prevista somada à lei de crimes ambientais tem fundamento. Para alteração do período de colheita pelos municípios e estados deverá haver legislação federal autorizando a alteração do período de coleta e poderá seguir as características de cada região do país. Segue a portaria na íntegra:
                                                                           
A PORTARIA NORMATIVA DC-20, DE 27/09/76

Proíbe o abate de Araucária e a colheita de pinhões nos meses de abril, maio e junho.

            O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DESENVOLVIMENTO FLORESTAL - IBDF, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 25 do Regimento Interno aprovado pela Portaria n.º 229 de 25/04/75, do Sr. Ministro da Agricultura e tendo em vista as disposições da Lei n.º 4.771 de 15 de setembro de 1965 e do Decreto-Lei n.º 289 de 28 de fevereiro de 1967; considerando a necessidade de se proteger as sementes do pinheiro brasileiro ( Araucaria angustifolia), indispensáveis para a produção das mudas e consequentemente preservação da espécie em face da crescente escassez de pinhões; considerando o procedimento danoso ao aproveitamento florestal das próprias sementes, através de costumes predatórios que necessitam ser rigidamente disciplinados, e tendo em vista que o § 1.º do art. 1.º da Portaria Normativa DC-10 de 20/06/75, torna obrigatória a reposição com a mesma espécie, no caso de exploração do pinho brasileiro (Araucaria angustifolia),
RESOLVE: 
Art. 1º - Fica terminantemente proibido o abate de pinheiros adultos (Araucaria angustifolia), portadores de pinhas na época da queda de sementes, ou seja, nos meses de abril, maio e junho.
Art. 2º - Fica igualmente proibida a colheita de pinhão por derrubada de pinhas imaturas, antes do dia 15 de abril, data em que tem início o desprendimento das sementes.
Art. 3º - Fixar a data de 15 de abril para o início da colheita, transporte e comercialização do pinhão, quer para uso em sementeiras, quer para uso como alimento.
Art. 4º - A presente Portaria Normativa entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
PAULO AZEVEDO BURUTTI
Presidente

 

Campanha de conscientização

Neste ano a Associação Viçosense de Observadores de Aves (AVOA, Viçosa, Minas Gerais), em parceria com o Instituto Espaço Silvestre (Santa Catarina), estão com uma campanha de conscientização sobre o período de defeso do pinhão em prol da recuperação das populações de araucária. (Acompanhe a campanha  aqui e aqui).

Entrevista com Dário Lins, sobre o festival do papagaio-charão

Em 2012 foi realizado o I Festival do papagaio-charão em Urupema, Santa Catarina. Este ano o festival está na sua terceira edição. O objetivo do festival é festejar o papagaio-charão, despertar o interesse das pessoas pela conservação da espécie e promover o turismo de observação.

 

Dário Lins

Dario Lins é observador de aves e fotógrafo de aves. Autor do livro 'Olhai as Aves do Céu - Registro Fotográfico da Avifauna - Serra Catarinense'. Seu trabalho já é bastante conhecido, uma vez que obteve diversas premiações em concursos nacionais de fotografia.

 

Entrevista com Dário Lins

Fale um pouco sobre a cidade do festival, Urupema.
D.L.: A cidade de Urupema está localizada na Serra Catarinense, na região mais fria do Brasil, no inverno os termômetros chegam a marcar por aqui -8ºC com a ocorrência de geada, neve e sincelo. A  região é composta por várias fitofisionômias como: floresta ombrófila mista, florestas de araucária e campos de altitude, com vastas extensões com banhados e turfeiras. A presença marcante do pinheiro-brasileiro (Araucaria angustifolia) proporciona belas paisagens e a escassez de outros alimentos faz do pinhão a única fonte de alimento para muitas aves e animais no inverno em especial os psitacídeos.

Como está a conservação do papagaio-charão na região de Urupema?
D.L.:Anualmente o Papagaio-charão (Amazona pretrei) migra para essa região formando atualmente enormes bandos, estima-se que existam hoje 30 mil charões. Há 15 anos atrás esse número estava bem reduzido, haviam menos de 5 mil charões na natureza. Mas o Projeto Papagaio-charão desenvolvido e mantido pela UPF - Universidade de Paso Fundo conseguiu com o monitoramento e ampliação das áreas de nidificação da espécie conseguiu aumentar significativamente o número de indivíduos. Apesar do sucesso a espécie ainda consta na lista como Vulnerável.

Por que fazer um festival para o papagaio-charão?
D. L.: Com o meu trabalho fotográfico na região, surgiu a ideia da realização do Festival do Papagaio-charão que têm atraído inúmeros fotógrafos, observadores, biólogos e ornitólogos do Brasil e do mundo para contemplar esse espetáculo único na natureza, pois, esta é a única oportunidade de se ver bandos de charões que cobrem os céus da pequena cidade de Urupema. Pois, assim que terminam os pinhões os bandos começam a se desfazer e os papagaios retornam para o Rio Grande do Sul para nidificar, dividindo-se em casais. O festival foi criado para festejar a visita anual dos charões e levar os apreciadores das aves a contemplar um espetáculo ímpar na natureza.

Quando será o próximo festival?
D.L.: O próximo Festival do papagaio-charão será nos dias 3 e 4 de maio de 2014. Toda a programação pode ser consultada no nosso pôster.


*O pinhão é a semente da araucária, Araucaria angustiofolia, uma gimnospermas.

Fontes

Angeli, Aline. 2003.Araucaria angustifolia (Araucaria). disponível em <http://www.ipef.br/identificacao/araucaria.angustifolia.asp>. Acesso em: 26/03/2014.
BirdLife International 2012. Amazona pretrei. In: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.2. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 05 March 2014.
Mantovani, A.  et al. 2004. Fenologia reprodutiva emAraucaria angustifolia. Revista Brasil. Bot., V.27, n.4, p.787-796.
Santos, Álvaro Figueredo dos et al. 2010. Cultivo da Araucária. Embrapa Florestas, Sistemas de Produção, 7 - 2 ª edição. Disponível em < http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Araucaria/CultivodaAraucaria_2ed/index.htm>. Acesso em: 26/03/2014.
Thomas, P. 2013. Araucaria angustifolia. In: IUCN 2013. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2013.2. <www.iucnredlist.org>. Downloaded on 26 March 2014.
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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Aves e pessoas: o livro

Capa do livro Birds and People
'Um mundo sem aves iria devastar o coração humano.' 
Mark Cocker

Tenho que ser honesta com você leitor, eu ainda não li o livro, mas li muito sobre ele. E, gostei do que li. É um livro que quero ter na minha estante, assim que for possível. Escrevo sobre ele para que você também tenha a oportunidade de conhecê-lo. No entanto, ainda não poderei escrever se o autor menciona alguma espécie brasileira, mesmo possuindo um capítulo sobre psitacídeos.

O livro 'Birds and people' trata da relação entre nós e as aves, do significado das aves para os seres humanos. Aves têm capturado a imaginação humana mais do que qualquer outro grupo animal, nosso encantamento está presente na arte , literatura e religião. É disso que trata o livro. Além, é claro, da pressão que colocamos sobre elas quando as caçamos, capturamos para tê-las como animal de estimação, ou  para retirar alguma parte do seu corpo para usarmos como adorno. Escrito por Mark Cocker e fotografias de David Tipling.

Mark Cocker é um escritor naturalista inglês e ativista ambiental. Ele escreveu para jornais como o The Guardian, The Times, The Independent, entre outros. Mark escreve atualmente para a coluna 'Country Diary' do The Guardian desde1988. Já escreveu nove livros. David Tipling é um fotografo profissional de reputação internacional. Mark começou a escrever o livro em 2007 e seu lançamento aconteceu somente em 2013. David Tipling viajou por oito anos para 39 países em 7 continentes para registrar imagens para o livro. O livro é co-patrocionado pela Bird Life International e tem o logotipo da RSPB.


As 592 páginas do livro estão organizadas em 143 capítulos, ordenados por família, são 144 famílias de aves e 2 famílias extintas (no mundo são 200 famílias). Cinquenta e nove famílias sem impacto cultural são omitidos. E, surpreendentemente nenhuma família dos passeriformes ocupa mais de seis páginas. Os nomes seguem o recomendado por Frank Gill e Minturn Wright (Birds of the World: Recommended English Names, Princeton University Press, 2006). O autor contou ainda com a ajuda de 650 correspondentes de 80 países, para reunir um grande número de informações e relatos sobre a nossa relação com as aves.

Infelizmente, ainda sem edição em português. Mas, espero que alguma editora já esteja pensando nisso.

M. Eiterer
 

Fontes 
Cape, Jonathan. 2013. Birds and people, by Mark Cocker and David Tipling. British Birds. disponível em:<http://www.britishbirds.co.uk/book-reviews/birds-and-people-by-mark-cocker-and-david-tipling>. Acesso em: 28/02/2014. 

Lister-Kaye, John. 2013. Book review: Birds and people by Mark Cooker. Scotsman. Disponível em: < http://www.scotsman.com/lifestyle/books/book-review-birds-people-by-mark-cocker-1-3029371 >.
Acesso em: 28/02/2014.


McEwen, John. 2013. Birds and people by Mark Cocker - review. The Spectator. Disponível em: <http://www.spectator.co.uk/books/8977011/birds-and-people-by-mark-cocker-review/>.
Acesso em: 28/02/2014.


 Moss, Stephen. 2013. Birds and People by Mark Cocker and David Tipling, review. The telegraph. Disponível em<http://www.telegraph.co.uk/culture/books/non_fictionreviews/10233303/Birds-and-People-by-Mark-Cocker-and-David-Tipling-review.html>. Acesso em: 28/02/2014. 

Stoddart, Andy. 2013. Birds and people. Rare Birds Alert. Dispnível em : <http://www.rarebirdalert.co.uk/v2/Content/Book_Review_birds_and_people.aspx?s_id=382952987 >. Acesso em: 28/02/2014.
 

Schulman, Donna Lynn . 2014. Bird and people: a book review. 10.000 birds. Disponível em<10.000 birds. http://10000birds.com/birds-and-people-a-book-review.htm>. Acesso em: 28/02/2014. 

Zickefoose, Julie . 2013. Book Review: 'Birds & People' by Mark Cocker. The Wall Street Journal. Disponível em < http://online.wsj.com/news/articles/SB10001424052702304073204579171591325643478>. Acesso em: 28/02/2014.
 

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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Cultivar nativas ou exóticas? Como essa escolha afeta as aves?


Efeito dómino no jardim.Arte por David Pendleton.



 Quando visito um amigo sempre ganho uma muda de alguma planta, assim posso dizer que meu jardim é pessoal e guarda muitas histórias e lembranças. Mas, ultimamente ando muito preocupada com que planto no meu jardim. Por quê? Por causa da biodiversidade. As plantas que uso no meu jardim podem alterar a biodiversidade da minha região, criando um efeito dominó, levando a redução de populações tanto de animais quanto de plantas e contribuindo para a extinção desses organismos.

Exóticas versus nativas  
Porque estamos acostumados a ver determinadas plantas em jardins locais, não quer dizer que elas são nativas. Nós plantamos em nosso jardins muitas plantas exóticas, isto é, que não ocorrem naturalmente em nossa região, a maioria são oriundas da Ásia, Europa ou África. A hortênsia ( Hydrangea macrophylla), por exemplo, é uma planta nativa do Japão e China, onde ela ocorre naturalmente. Aqui no Brasil ela é uma planta exótica. Nós escolhemos essas plantas geralmente por causa de sua beleza e disponibilidade. Mas, nunca pensamos o quanto elas podem afetar outros organismos. Até agora.

Plantas que fogem do jardim 

Algumas plantas ornamentais exóticas podem ser também invasores e são um grande problema para os conservacionistas ( para saber mais sobre invasoras leia também 'Plantas que fogem do jardim' no blog Ciência no Jardim). Um exemplo de uma planta ornamental exótica e invasora que tem dado muito dor de cabeça é o beijo-do-brejo (Hedychium coronarium). Plantas invasoras tem recebido grande atenção por causa do seu impacto sobre as plantas nativas e animais, ao contrário das plantas ornamentais exóticas não invasoras. Entretanto, isso tem mudado nos últimos anos. Agora estamos também interessados em saber que efeito os jardins formados por plantas exóticas tem sobre nossa biodiversidade. E o que descobrimos foi uma sucessão de problemas.

Plantas e insetos, as primeiras peças começam a cair  

No nosso jardim devemos encontrar um grande número de insetos. Se você não está encontrando insetos no seu jardim, isso deve deixá-lo preocupado e não feliz. A maioria dos insetos herbívoros podem reproduzir com sucesso, somente sobre plantas que eles tem compartilhado uma história evolutiva. Com raras exceções, insetos herbívoros não podem adaptar-se rapidamente a novas plantas. Isso porquê os insetos herbívoros não conseguem desenvolver adaptações fisiológicas instantâneas para conseguir comer determinadas plantas sem passar mal ou morrer com isso. Borboletas, por exemplo, colocam seus ovos em plantas ou grupo de plantas que reconhecem quimicamente e as larvas que nascem desses ovos alimentam-se exclusivamente dessas plantas, escolhida pela mãe-borboleta. Algumas ainda conseguem uma defesa química contra predadores. Se, essa planta ou grupo de plantas desaparecem do local, as borboletas não tem onde colocar os seus ovos e mesmo que as larvas nasçam elas não terão o que comer. Assim, a população irá reduzir ou mesmo desaparecer. Um bom exemplo e a borboleta monarca, que identifica e coloca ovos em plantas do gênero Asclepias, cujas folhas serão comidas pelas larvas que nascerão dos ovos e dão a monarca uma defesa química contra predadores. 

Sendo assim, é esperado que em jardins formados por plantas exóticas não tenham a mesma quantidade e diversidade de insetos como os jardins formados por plantas nativas. Pois os insetos nativos buscam aquelas plantas também nativas com as quais compartilharam uma mesma história evolutiva.

 Aves, derrubando mais peças  
Num jardim podemos encontrar muitas espécies de aves, principalmente insetívoras, ou seja, aquelas que comem insetos e mesmo frugívoros que tem na dieta de seus jovens proteínas vinda de insetos. Sem insetos o que essas aves irão comer? A redução de insetos pode ter importantes implicações sobre a conservação das aves. Retirando as espécies nativas de plantas e introduzindo espécies exóticas reduzimos as populações e espécies de insetos e por conseguinte de aves.

Este foi apenas um pequeno exemplo de como é intrincado as relações dos organismos que vivem nos jardins e as consequências da nossa interferência nessa cadeia. Muitas outras peças podem entrar nesse jogo como os anfibios ou até mesmo o solo e os microorganismos que nele vivem. Pense, por exemplo nos beija-flores, algumas espécies de beija-flores têm uma relação intricada com certas plantas, sem elas eles não sobrevivem. Nossa interferência pode ser muito maior do que está descrito nessas poucas linhas.

Além de favorecer os insetos, aves e outros animais nativos, as plantas nativas também estão melhor adaptadas para crescer no seu local de origem. Assim você terá menos problemas com pragas e doenças, o que significa menos gastos na manutenção do seu jardim. Pense nisso. Escolha as plantas nativas.
M. Eiterer



Versão original deste texto foi publicado no blog Ciência no Jardim.
Fonte
Burghardt, Karin T.; Tallamy, Douglas W. and Shriver, W. douglas. 2008. Impact of native plants on bird and butterfly biodiversity in suburban landscapes. Conservation biology, 23:219-224.

The New York botanical Garden. 2012. Bringing Nature Home: What You Can Do. disponível em <http://www.nybg.org/plant-talk/2012/02/wildlife/bringing-nature-home-what-you-can-do/>. Acesso em: 9/02/2012.
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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O futuro da observação de aves

Observadores de Aves

Por Nicholas Lund

Há algum aspecto da vida humana ao qual ainda não tenha sido oferecida uma mãozinha intrometida da tecnologia? Há uma entorpecida esquerda ludista no planeta que não tenha sido forçada, de um jeito ou de outro, a recolher-se ao holofote frio da eficiência eletrônica? Pode ser que nós nunca saibamos com certeza (eles não respondem às minhas mensagens de correio eletrônico), mas o meu palpite é que naum.

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