terça-feira, 21 de agosto de 2012

O luto do falcão


‘Quando os elefantes choram: a vida emocional dos animais’ de Jeffrey Moussaieff Masson e Susan.MacCarthy é um livro que tenho na minha estante e que leio e releio sem nunca cansar. Um livro encantador. Transcrevo um trecho de uma das curiosas e belas histórias do livro.
falcão
Nas montanhas rochosas, a bióloga Marcy Cottrel Houle estava observando o ninho de falcões peregrinos Arthur e Jenny, enquanto os pais estavam ambos ocupados em alimentar cinco filhotes.Um dia pela manhã, apenas o falcão macho visitou o ninho. Jenny não aparecia de forma nenhuma, e o comportamento de Arthur mudou consideravelmente. Quando chegava com comida, ele esperava no ninho, às vezes, por até uma hora antes de voar de novo e voltar a caçar, coisa que ele nunca tinha feito anteriormente. Várias vezes ele chamava pela companheira e ficava esperando pela resposta, ou olhava no ninho emitindo um piado de dúvida. Houle se esforçou para não interpretar aquele seu comportamento como expectativa e desapontamento. Jenny não apareceu no dia seguinte nem no próximo. Mais tarde, no terceiro dia, empoleirado no ninho, Arthur produziu um som não-familiar, “ uma espécie de grito de lamento de animal ferido, o grito de uma criatura em sofrimento”. Houle, chocada, escreveu: ‘A tristeza do clamor era inequívoca; após tê-lo escutado, eu nunca duvidaria de que uma animal pudesse sofrer emoções que nós seres humanos, achamos que pertencem apenas à nossa espécie’.
Depois do grito, Arthur se sentou sem se mover na pedra e não se mexeu por um dia inteiro. No quinto dia após o desaparecimento de Jenny, Arthur entrou em um frenesi de caçada, trazendo comida para os filhotes, da aurora até o pôr-do-sol, sem pausa para descansar. Antes do desaparecimento de Jenny, seus esforços eram menos desesperados; Houle nota que ela nunca viu de novo um falcão trabalhar tão incessantemente. Quando os biólogos subiram ao ninho, uma semana depois do desaparecimento de Jenny, viram que três filhotes tinham morrido de fome, mas dois tinham sobrevivido e estavam prosperando com os cuidados do pai. Mais tarde, Houle descobriu que Jenny provavelmente tinha sido morta por um tiro. Os dois filhotes sobreviventes se emplumaram com sucesso.
É impossível predizer o quão profundamente ficamos afetados quando morre alguém que nos é querido. Às vezes, as pessoas não mostram nenhuma reação externa, mas suas vidas ficam estraçalhadas. Elas podem não sentir nada de forma consciente, ou mesmo sentir alívio, enquanto internamente estão devastadas e podem nunca se recuperar. Os sinais externos de pesar dizem algo, mas podem não dizer tudo. A introspecção pode expressar algo, também, mas pode ser enganosa. Enfrentada com a tristeza humana nessa profundidade, a curiosidade cientifica deveria ser temperada com humildade: ninguém, certamente não o psiquiatra biológico (oferecendo  pílulas para o sofrimento), pode falar com qualquer autoridade sobre a fonte, a duração ou a patologia tristeza. E uma humildade ainda maior é necessária diante das permutações do pesar e da tristeza dos animais.
Quando os não-cientistas falam da tristeza de animais, a evidência mais comum em que pensam é o comportamento que o membro de uma casal sente quando um deles morre ou vai embora . Esse tipo de pesar recebe atenção e respeito; no entanto, existem muitos pesares que passam despercebidos – a vaca separada de seu bezerro ou o cão deliberadamente abandonado. Existem também todos aqueles pesares que os humanos nunca observam: gritos nunca escutados antes na floresta, rebanhos nas montanhas remotas cujas perdas são desconhecidas.”
Referência bibliográfica
MASSON, Jeffrey Moussaieff & MACCARTHY, Susan. 1997. Quando os elefantes choram: a vida emocional dos animais. Geração editorial: São Paulo.
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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

I Encontro de Observadores de Aves de Viçosa

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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Agrotóxico Mata


 O Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas Gerais, CONSEA-MG

a Comissão Regional de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável - Zona da Mata III (CRSANS)
e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST

Convidam para
Oficina micro-regional - Lançamento da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida em Juiz de Fora e região
Sábado, 25 de agosto de 2012, às 13h30min
Local: Sindicato dos Bancários - R. Batista de Oliveira nº 745 - Centro - Juiz de Fora
O problema do envenenamento dos alimentos com agrotóxicos no Brasil ficou em evidência com a pesquisa da ANVISA, em 2010, que revelou que cada brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano.
O Brasil é o maior consumidor de venenos agrícolas no mundo e isso representa um problema grave para a saúde pública no país.
Todos nós, governantes e sociedade civil, somos chamados a firmar compromissos viáveis para a diminuição do uso desses venenos, maior controle dos órgãos responsáveis e a criação de condições para a plantação de alimentos em regime agroecológico.
A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida foi lançada nacionalmente em abril de 2011 e está se espalhando rapidamente pelos estados e municípios.
Juiz de Fora, como cidade polo da Zona da Mata, também deve se comprometer a pensar alternativas, a informar sua população sobre os riscos dos agrotóxicos, a cobrar maior fiscalização e a fechar uma agenda de ações para a realização de atividades sobre o tema, ao longo do ano.
Por isso, convidamos os parceiros de universidades, do poder público, de sindicatos, entidades e movimentos da sociedade civil, para juntarmos forças e construirmos juntos propostas de mudanças para garantir o Direito Humano à Alimentação Adequada e a Segurança Alimentar e Nutricional a todos na região.
Ludmila Bandeira Pedro de Farias     -      Conselheira estadual do CONSEA-MG pela CRSAN Zona da Mata III



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